Messe de Amor de Divaldo Franco

Messe de Amor de Divaldo Franco
Narra uma história sufi, que um rei dedicado ao seu povo, sentindo-se incompreendido, resolveu testar o comportamento geral de maneira muito especial.
Acompanhado por alguns servos, em um amanhecer ainda em sombras, mandou colocar uma pedra de grande porte na curva de uma estrada muito movimentada.
Terminado o serviço e vestido com simplicidade, disfarçando a majestade, ficou, a regular distância, observando as reações dos viajantes.
Logo cedo, apareceram alguns cavaleiros que iam à caça. Surpreendidos pelo inusitado na estrada, passaram a reclamar com azedume, referindo-se à negligência administrativa e ao desinteresse do rei pelos seus governados.
Logo depois, veio uma carruagem em alta velocidade, e, defrontando o impedimento, o cocheiro freou o veículo em tempo, desviando-o, enquanto praguejava, revoltado.
Um grupo militar que realizava exercícios físicos, correndo, surpreendido pela pedra na curva, esbravejou, acusando os responsáveis pela manutenção da via, seguindo adiante com revolta…
Assim passou todo o dia. Cada pessoa que defrontava o obstáculo, reclamava, referia-se às autoridades, mas não fazia nada de proveitoso.
Ao cair da tarde, desencantado, o rei preparava-se para mandar retirar o impedimento, quando notou uma camponesa que vinha caminhando com a enxada ao ombro e, surpreendida com a pedra no caminho, parou, meditou, e comentou em meia voz: – Que estranho! Nunca havia notado esta pedra aqui! É muito perigoso.
Deixando a enxada à margem, tentou empurrar a pedra volumosa para o outro lado, o que conseguiu a muito esforço.
Quando ia aplanar a terra, notou uma caixa de ferro que se encontrava embaixo e uma nota que dizia:
“Este é um presente para quem removeu a pedra. Enquanto alguns reclamam e nada fazem, merece prêmio aquele que se preocupa em evitar desastres sem queixar-se ou irritar-se.”
Desse modo, todo aquele que se dispõe a servir nunca deve reclamar das dificuldades que defronta; antes, cabe-lhe o dever de melhorar o caminho para todos quantos vêm depois.
Abraçando o ideal de construir o bem onde te encontres, mantém-te paciente e otimista.
Elegeste o serviço no qual te afervoras, não tendo motivos para reclamações ou queixumes.
Entregas-te ao ministério do auxílio porque te sentes feliz com isso, portanto, disposto a contribuir em favor do mundo melhor.
Não te canses de amar, nem te recuses a servir. A verdadeira felicidade pertence sempre àquele que trabalha e semeia luz pelo caminho em sombras.
Jesus, o Celeste Servidor, até hoje continua ajudando as criaturas humanas a encontrar o rumo da libertação, sem qualquer azedume ou desencanto, embora a ingratidão de quase todos para com Ele…
Joanna de Ângelis/ Divaldo Franco, retirado do livro "Libertação do sofrimento", 1ª edição.